Teatro às Três Pancadas

“Teatro às Três Pancadas” é um original de António Torrado, do qual serão apresentadas três peças, com encenação de Jorge Baião. “Serafim e Malacueco na Corte do Rei Escama”, “As Três Abóboras” e “Os Quatro Pés do Trono” são três dos textos que podem ser encontrados no livro ‘Teatro às Três Pancadas’, obra incluída no plano nacional de leitura. Segundo o autor, estas peças foram inspiradas em histórias tradicionais e contos que, adaptados pelo próprio, desencadearam a sua transformação em obras teatrais.

Em “Teatro às Três Pancadas” uma trupe de saltimbancos caminha de terra em terra para apresentar o seu espetáculo, onde música transforma o caminho em festa. Na carroça que puxam, transportam um mundo imaginário, onde não faltam reis, piratas, ilhas, guardas, palácios, magos, cortesãos, mendigos, camponeses… e “o prazer irresistível de inventar o Teatro”. Entramos assim no mundo da imaginação como se entra num sonho que nos leva a um universo transformador, que nos permite ser o que quisermos. É nesse universo de transformação, onde vivem as personagens destas histórias, cujas aventuras pretendem cativar tanto crianças e jovens como os adultos.
Jorge Baião, encenador

António Torrado nasceu em Lisboa, mas com raízes familiares na Beira Baixa. Foi poeta, ficcionista, dramaturgo, autor de obras de pedagogia e de investigação pediográfica, por excelência um contador de histórias, estando muitos dos seus livros e contos traduzidos em várias línguas. Foi jornalista, editor, professor, produtor principal e chefe do Departamento de Programas Infantis da RTP. A sua bibliografia regista atualmente mais de 120 títulos, onde sobressai a produção literária para crianças, contemplada em 1988, com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças. Livros seus foram, em 1974 e 1996, incluídos na Lista de Honra do IBBY – Internacional Board on Books for Young People. Segundo o crítico e investigador José António Gomes, “Torrado impôs-se como uma das figuras de maior relevo da nossa literatura do pós-25 de abril e dificilmente se encontrará hoje um autor que, de forma tão equilibrada, saiba dosear em livro o humor, a crítica e os sinais de um profundo conhecimento do imaginário infantil.”

 

 

FICHA TÉCNICA:
Autor: António Torrado | Interpretação: Beatriz Sousa, Fabrisio Canifa, Ivo Luz, Luís Bonito e Maria Marrafa | Encenação: Jorge Baião | Cenário, figurinos e adereços: Filipa Malva | Música e ambiente sonoro: António Bexiga | Desenho de luz: António Rebocho | Operação luz e som: Beatriz Sousa | Tradução LGP: Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha | Fotografia e vídeo: Carolina Lecoq | Design gráfico: Alexandra Mariano | Execução de figurinos: Adozinda Cunha e Eliana Valentine | Execução de cenário: Serralharia Pedro & Pegacho, Lda e Tomé Baixinho | Apoio execução de adereços e cenário: Coletivo de atores | Comunicação: Helena Estanislau | Direção técnica: António Rebocho | Direção de produção: Cláudia Silvano | Produção executiva e direção de cena: Beatriz Sousa | Programação e Produção em digressão: Patrícia Hortinhas | Apoio administrativo: Inês Guerra | Apoio técnico da equipa do TGR: Ana Duarte, Carlos Mavioso, Margarida Mouro, Miguel Madeira, Paulo Carocho e Tomé Baixinho | Distribuição: Vítor Fialho | Limpeza: Fernanda Rochinha | Estágio do Curso Profissional de Artes do espetáculo do Agrupamento de Escolas dos Templários de Tomar: Daniela Santos

Agradecimentos: Câmara Municipal de Évora, Centro de Recursos do Património Cultural Imaterial Municipal, Do Imaginário – Associação Cultural, José Baltazar, Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba e Sol Luz.

 

 

2025:

Évora
20 a 24 de janeiro, 10h30 e 14h30 – Teatro Garcia de Resende
(Sessões para escolas)

Faro
30 de abril, 10h30. 2025 – Teatro LeThes, ACTA

 

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DATAS ANTERIORES:

Montemuro
24 de novembro, 2024
16h00 – Serões na Serra, Teatro do Montemuro

Arraiolos
28 de junho, 2024

Teatro Garcia de Resende
13 a 15 de maio, 2024 – Sessões para escolas:
10h00 e às 14h30

Sociedade Recreativa E Dramática Eborense
10 de maio, 2024
15h00

Associação de Moradores do Bairro do Bacelo
6 de maio, 2024
15h00

Associação de Moradores do Bairro de Almeirim
3 de maio, 2024
14h30

Grupo Cultural e Desportivo Santa Maria e Fontanas
2 de maio, 2024
14h30

Casa do Povo dos Canaviais
26 de abril, 2024
15h00

Casas Pintadas, Feira do Livro, Évora
21 de abril, 2024

Salão Desportivo Unidos da Giesteira
19 de abril, 2024

Casa do Povo de N- Sra. de Machede
18 de abril, 2024

Centro de Dia de S. Manços
17 de abril, 2024

Grupo União e Recreio Azarujense
16 de abril, 2024

Centro Cultural do Redondo
10 de abril, 2024

Teatro Garcia de Resende
14 a 24 de março, 2024
Quarta a sábado às 19h00
Domingos às 16h00
Sessões para escolas nos dias 20, 21 e 22 às 11h00
Sessões em LGP dias 16, 23 e 27

Sessão no Dia Mundial do Teatro às 21h30



Informações: (+351) 266 703 112 / Contactos
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Inseta

Orlanda Amarílis, escritora que este ano cumpriria 100 anos, deixou uma obra extensa e revolucionária, feminista e ‘decolonial’, da qual decalcamos para o espetáculo sobretudo a personagem Maira da Luz, de “A Casa dos Mastros”, transformada em inseto por uma dupla colonização pela sociedade e pelo poder colonial (citando livremente Bonnici). Diz Orlanda que “Maira da Luz tinha desaparecido sem deixar rastro”. O teatro, na sua tarefa impossível, procura desenhar esse rasto de quem desapareceu, oferecendo leituras contemporâneas sobre os corpos de quem, ainda hoje, vive mergulhado numa invisibilidade imposta pelos outros.

 

Um projeto UMCOLETIVO: Bruno Caracol, Cátia Terrinca, João P. Nunes, Raquel Pedro, Ricardo Boléo e Rui Salabarda com Elizabeth Pinard, João Branco e Batucadeiras das Olaias

 

 

 

Teatro Garcia de Resende

8 de dezembro, 2024.
19h00

 

Bilhetes na BOL


A parceria de acolhimento com o CENDREV incluí a delegação de espaços para montagens, ensaios e apresentação. Disponibilização de equipamento e de pessoal técnico, serviços de frente de casa e bilheteira do TGR, bem como apoio na divulgação e comunicação do evento.

O evento é integrado na programação no âmbito da RTCP – Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.


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Frágua de Amor

Em Tordesilhas assina-se um contrato de casamento entre D. João III e D. Catarina, irmã do poderosíssimo Carlos V, de Espanha. Para comemorar a união, é encomendado teatro a Gil Vicente. Apresenta em Évora a “Tragicomédia da Frágua de Amor”, festa sobre amor e mudança. Peregrinos e romeiros ouvem falar da fama dos reis e de como o amor os juntou. Cupido fugira da mãe Vénus para ajudar D. João III a conquistar o castelo maravilhoso, metáfora de Catarina. Vénus, deusa da música, com lágrimas transformadas em canções, procura o filho. Este inventou uma forja especial (a tal frágua) que prepara Portugal para um novo tempo. É uma máquina movida com a música dos planetas e dos gozos de amor, que transforma quem quiser em algo melhor. Refundir a portuguesa gente, diz-se. Vários se apresentam para a refundição: escravos negros, parvos, pagens, frades. Até a justiça quer ser reformada na frágua. Gil Vicente, pelo teatro, mostra como a justiça tem de ser reformada “para o resto não se perder”. Em 1524, talvez tenha entrado Gil Vicente e um grupo experimentado de companheiros. Aqui, em 2024, uma nova companhia juntou-se, entre os atores d’A Escola da Noite e os músicos d’O Bando de Surunyo, para a festa que tudo transforma em nome do amor.

 

FICHA TÉCNICA:

Texto Gil Vicente
tradução dos versos em castelhano José Bento

Encenação António Augusto Barros
Direção musical Hugo Sanches
Interpretação Ana Teresa Santos, Carlos Meireles, Igor Lebreaud, Maria Quintelas, Miguel Magalhães, Mónica Camaño, Nuno Meireles, Ricardo Kalash e Sérgio Ramos
Música Eunice Aguiar (soprano), Irene Brigitte (soprano), Patrícia Silveira (alto), Carlos Meireles (tenor), Sérgio Ramos (baixo), Hugo Sanches (alaúde e guitarra), Xurxo Varela (viola da gamba), Carlos Sánchez (corneta e flauta) e Rita Rodríguez (flauta)
Cenografia João Mendes Ribeiro e Luisa Bebiano
Figurinos e adereços Ana Rosa Assunção
Desenho de luz Danilo Pinto
Assistência de encenação Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães
Assistência de direção musical Carlos Meireles
Assistência dramatúrgica Nuno Meireles

Coprodução: A Escola da Noite , O Bando de Surunyo, Artway, Centro Dramático de Évora, Centro Dramático Galego, Teatro Académico de Gil Vicente, Teatro Nacional São João no âmbito da Rede de Teatros e Cine-Teatros Portugueses

Parceria com o LIPA – Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas da Universidade de Coimbra

A Escola da Noite e a Artway são estruturas financiadas pela Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura. A Escola da Noite conta com o apoio do Município de Coimbra.

 

 

 

Teatro Garcia de Resende

29 e 30 de novembro, 2024.
19h00

 


A parceria de acolhimento com o CENDREV incluí a delegação de espaços para montagens, ensaios e apresentação. Disponibilização de equipamento e de pessoal técnico, serviços de frente de casa e bilheteira do TGR, bem como apoio na divulgação e comunicação do evento.

O evento é integrado na programação no âmbito da RTCP – Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.


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Autos da Revolução

É o próprio Lobo Antunes que diz: “Não consigo conceber uma história onde as personagens não tenham carne”. Por isso é que as suas criaturas romanescas se encarnam tão naturalmente sobre um palco. Hoje, para falar da Revolução quarenta anos depois e na situação dramática em que Portugal se encontra, pareceu-me imperativo convocar a linguagem e as imagens interiores deste imenso escritor, sabemos que apenas nos apoiando em poetas rebeldes podemos dar conta dum mundo que mete medo. António Lobo Antunes, ao dirigir o seu olhar para o passado, recusa-se a contribuir para a edificação duma lenda dourada do 25 de Abril. As personagens que cria nos romances que colocam a Revolução como tela de fundo não são nenhuns heróis, mas pessoas comuns, cheias de contradições, que levam uma vida anónima nas margens dos acontecimentos históricos. O espetáculo propõe os relatos cruzados de diferentes personagens: um operário carregador de mudanças, um empregado de escritório militante maoista, uma camponesa explorada numa Quinta, uma burguesa caridosa e um dono de empresas. Cada um recorda o seu 25 de Abril e conta o que sucedeu com ele. Desta confrontação nascem, por certo, perguntas inevitáveis com o andar do tempo e à luz da fervura que sacode o país atualmente.

Pierre-Étienne Heymann (2014)

 

“Não podemos deixar fechar as portas que Abril abriu”

Como é sabido, o projeto teatral criado em Évora em janeiro de 1975 é, naturalmente, filho legítimo da revolução portuguesa. Daí que, quando o Ministério da Cultura nos lançou o desafio para integrar a programação das celebrações dos cinquenta anos do 25 de Abril, surgiu de imediato a ideia de voltar, mais uma vez, aos textos de António Lobo Antunes. Estes tinham resultado já num primeiro espetáculo em 2004 e numa segunda abordagem, em 2014, numa parceria do CENDREV com a ACTA – Companhia de Teatro do Algarve, ambos os projetos com dramaturgia e direção do nosso amigo Pierre-Étienne Heymann – homem de teatro, profundamente conhecedor da obra deste autor que se debruçou sobre a revolução portuguesa em várias das suas obras.
Convocámos este painel de personagens, desenhados pela poética e perspicácia de Lobo Antunes, para confrontar o público com um conjunto de olhares e inquietações sobre esses acontecimentos que transformaram profundamente a vida do povo português.
Com a Revolução de Abril, não foi conquistada apenas a liberdade e a democracia política, criaram-se também condições para notáveis avanços civilizacionais que hoje estão a ser profundamente delapidados. Sendo o teatro um espaço privilegiado de encontro e reflexão dos homens, este acontecimento maior da nossa História não podia deixar de constituir matéria do nosso trabalho.

CENDREV (2024)

Prólogo e epílogo (A partitura) de Auto dos Danados (1985) e Conhecimento do inferno (1980); Abílio e Militante de Fado Alexandrino (1983); Sofia, Filha do caseiro, Banqueiro de O Manual dos Inquisidores (1996) (Publicações Dom Quixote).

Canções:
El dia que me quieres (Carlos Gardel/Alfredo Le Pera)
Fadinho da prostituta da rua de Santo António da Glória (A.L. Antunes/Vitorino)
Fado Alexandrino (popular)

Espetáculo acompanhado da exposição itenerante LIBERDADE! LIBERDADE! A REVOLUÇÃO NO TEATRO
Integrado nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

 

 


FICHA TÉCNICA:

Autor: António Lobo Antunes | Seleção de textos e dramaturgia: Pierre-Étienne Heymann | Direção: Gil Salgueiro Nave e José Russo | Interpretação: Ana Meira, Carolina Pequito, Ivo Luz, Jorge Baião, José Russo e Mariana Ramos Correia | Direção musical: Gil Salgueiro Nave | Execução musical: Mariana Ramos Correia | Iluminação: António Rebocho | Espaço cénico, figurinos e adereços: CENDREV | Comunicação: Helena Estanislau | Fotografia e vídeo: Carolina Lecoq | Direção de produção e Gestão financeira: Cláudia Silvano | Programação e circulação: Patrícia Hortinhas | Costureira: Adozinda Cunha | Design gráfico: Alexandra Mariano | Apoio técnico: Beatriz Sousa e Fabrísio Canifa | Colaboração da equipa do TGR: Ana Duarte, Carlos Mavioso, Margarida Mouro, Miguel Madeira, Sílvia Rosado e Tomé Baixinho | Distribuição: Vítor Fialho | Limpeza: Fernanda Rochinha | Tradução LGP: Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha |Agradecimentos: Câmara Municipal de Arraiolos e Câmara Municipal de Évora

 

 

 

Apresentações anteriores:

Évora
26 de novembro, 19h00. 2024 – Escola Primária do Bairro de Almeirim

Graça do Divor
21 de novembro, 19h00. 2024 – Novo Espaço Recreativo de Nossa Senhora da Graça do Divor (Antigo Lavadouro)

Biblioteca Municipal de Arraiolos

25 de outubro, 2024 – 21h30
26 de outubro, 2024 – 18h00



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Florbela, Florbela!

“CONDENSAR O MUNDO NUM SÓ GRITO!”

Celebrando os 50 anos do 25 de Abril, quando se perfazem 130 anos do seu nascimento e é publicado, em Portugal e no Brasil um grande dicionário da sua obra, “FLORBELA, FLORBELA” é uma homenagem a Florbela Espanca através de um espetáculo que interpreta a sua obra e a sua vida.
Este espetáculo conta com três personagens: 1 – atriz que representa a poetisa; 2 – atriz atual que interpreta o papel de Florbela Espanca na peça; 3 – encenadora e autora da peça teatral.
As três personagens, desenvolvem uma relação de conflito, aproximação / afastamento, apreço / crítica entre si, revelando não só os principais momentos da vida de Florbela, os seus dramas e paixões, a forte crítica social preconceituosa da época em que viveu, como as tensões existentes entre si, entre a mentalidade atual e a mentalidade da época em que viveu Florbela, entre os preconceitos de ontem e os de hoje.  Todas estas tensões explodem e confluem para a criação do espetáculo dramático e lírico destas três mulheres / personagens.

 

 

“FLORBELA, FLORBELA” intenta homenagear esta poetisa de origem alentejana, através de um espetáculo que interpreta a sua obra e a sua vida (1894 – 1930), nascida em Vila Viçosa, que estudou e viveu em Évora, antes de se deslocar para Lisboa, tendo morrido em Matosinhos.

Esta peça é igualmente uma homenagem à mulher portuguesa, sobretudo à mulher do interior, que, mais do que a das grandes cidades, viveu durante o regime do Estado Novo segundo um estatuto social de opressão e de humilhação. Com efeito, Historicamente, ao longo do século XX, a poesia de Florbela foi enredada em dois labirintos que a ultrapassavam e de certo modo a deformavam, ou, pelo menos a inclinavam hiperbolicamente num sentido exterior à sua poesia: 1. – o labirinto das representações culturais portuguesas, no qual Florbela sofre da condição inferior do estatuto da mulher ao longo do regime do Estado Novo, para lhe ser feita justiça após a instauração do regime democrático em 1974; 2. – o labirinto das sucessivas disputas hermenêuticas literárias, que ora acolhiam, ora diabolizavam a sua obra.

Do primeiro, nasce a imagem de Florbela como mulher angustiada, que a dor, o sofrimento e a desadaptação social convertem genialmente em poesia lírica, exprimindo as emoções prevalecentes na natureza feminina. Este é o núcleo central da imagem de Florbela face aos quadros mentais do Estado Novo: uma mulher romântica, desequilibrada, incapaz de reprimir e esconder os seus desejos sensuais femininos.
Face a este núcleo central, desenha-se, ao mesmo tempo, uma outra imagem social que pode ser designada por contra-mito: Florbela tinha sido uma mulher livre, que rompera a barreira dos preconceitos conservadores, nacionalistas e tradicionalistas da sociedade portuguesa patriarcal. Em síntese, alguns sonetos são vistos como libertinos, expressão de uma espécie de D. Juan feminina, outros recolhem a tradição portuguesa da mulher sofrida, esmagada pela sociedade, vivência comum à mulher urbana, popular, esposa, mãe e dona de casa.
“FLORBELA, FLORBELA” ressuscita estas vivências em palco através de três mulheres, tornando-se, assim, um tributo à memória da cultura portuguesa do século XX.

Miguel Real

 

LINHAS DRAMATÚRGICAS e NOTAS DE ENCENAÇÃO

Uma escrita dramatúrgica e um espetáculo que pretendem que o público reflita connosco sobre o que se passa no palco. Intenta-se que o espetador seja estimulado a pensar a vida de Florbela tanto como se fosse uma construção de ontem, como com momentos similares atuais. As tensões múltiplas da vida de Florbela, a que o espetador assiste, são transpostas para o tempo de hoje, não o tempo em que Florbela viveu.
O espetáculo consiste num ensaio para a criação do espetáculo “FLORBELA, FLORBELA”.
Três mulheres: Uma de há 100 anos, Florbela, e duas atuais, a Atriz e a Encenadora, de duas gerações diferentes.
Dois espaços e dois tempos com 100 anos de distância: 1920 e 2024. Sala de Florbela de há 100 nos, mais elevada, que nos transporta para a sua época, e espaço de trabalho da Encenadora e da Atriz, o palco.
Encenadora e Atriz invocam Florbela para lhe fazer perguntas, esclarecer dúvidas, discutir ideias. Ora estão em tempos diferenciados, ora rompem o tempo e encontram-se as três num tempo presente. Florbela fala do que sente, deseja, de momentos da sua vida, das suas certezas, arrependimentos, mágoas.
Encenadora e Atriz pesquisam, trocam ideias, questionam-se, afirmam convicções. Por vezes as respostas às suas perguntas são dadas por Florbela sem comunicação, outras vezes comunicam diretamente. Umas vezes discordam, outras estão de acordo. Também nos gestos, nos movimentos, Florbela e Atriz, ora são díspares, ora se harmonizam, tornando-se uma só. Esse é o desígnio da Encenadora, que a Atriz se transforme em Florbela.
Cenário, figurinos, luzes, música e orgânicas sonoras caracterizam os dois tempos, o de há 100 anos e a atualidade. Imagens simbólicas revelam a imaginação e os grandes temas da vida e da obra de Florbela.
Por último, um agradecimento muito especial a toda e a equipa e ao CENDREV.
MUITO OBRIGADA.

Filomena Oliveira

 

ORGÂNICA SONORA, ILUMINAÇÃO E VÍDEO

Foi um desafio fazer nascer a música para este espetáculo, ainda mais dar-lhe vida em palco e fazê-la dialogar com o texto, as atrizes, a cenografia, a iluminação e o vídeo, de forma a criarmos uma bolha una que contagie o espectador. Sendo a narrativa um ensaio de uma peça de teatro sobre Florbela Espanca, temos uma história dentro de uma outra história. Afastamo-nos, assim, de um conceito de época para um tempo transversal com uma margem de 100 anos de história. Desta forma, a música tanto se aproxima da poesia de Florbela como de vetores eletrónicos próprios da passagem do Séc. XX para o Séc. XXI. Assim se caracteriza o conceito de Orgânica Sonora, unindo a composição musical com a sua coexistência num ecossistema complexo de dimensões inerentes ao espetáculo. O sincronismo com a iluminação e a utilização de inteligência artificial na produção de vídeos sublinham a procura de uma abordagem orgânica dos vários média na operação técnica do espetáculo. A música procura, neste contexto, um equilíbrio entre o dramatismo da condição humana sôfrega, inevitável, absorta na profunda tristeza, e um derradeiro rasgo de esperança e reivindicação da vida em plenitude e liberdade, próprios do lirismo trágico de Florbela Espanca.

David Martins

 

CENÁRIO, FIGURINOS E ADEREÇOS

Florbela e Florbela… um desdobramento, dela mesma e o das atrizes que a representam.
A Vida corre em planos paralelos, desenrolando-se em tempos diferentes – no palco e fora dele vive-se com a memória.
Convocar passado e presente num mesmo espaço é uma constante dessa memória que se vai revelando em territórios feitos de palavra e adereços, figurinos e cenário.
Que o teatro possa ser sempre um testemunho de vida, alerta e liberdade.

Helena Calvet

 

 

FICHA ARTÍSTICA

TEXTO E DRAMATURGIA: Filomena Oliveira e Miguel Real
ENCENAÇÃO: Filomena Oliveira
INTERPRETAÇÃO: Carla Chambel, Maria Marrafa, Rosário Gonzaga
DESENHO DE LUZ, MÚSICA ORIGINAL, ORGÂNICA SONORA E VÍDEO: David Martins
CENÁRIO, FIGURINOS E ADEREÇOS: Helena Calvet
COMUNICAÇÃO: Helena Estanislau
FOTOGRAFIA E VÍDEO PROMOCIONAL: Carolina Lecoq
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA: Cláudia Silvano
PRODUÇÃO EXECUTIVA E ASSISTÊNCIA DE CENOGRAFIA E FIGURINOS: Beatriz Sousa
PROGRAMAÇÃO E CIRCULAÇÃO: Patrícia Hortinhas
TRADUÇÃO LGP: Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha
CONSTRUÇÃO DE CENÁRIO: Helder Cavaca com colaboração de João Concha
DESIGN GRÁFICO: Alexandra Mariano
DIREÇÃO TÉCNICA: António Rebocho
OPERAÇÃO DE LUZ E SOM: David Martins e Pedro Viegas
APOIO TÉCNICO: Fabrísio Canifa
ESTAGIÁRIO ERAMUS+ DA ESCOLA SUPERIOR DE ARTES DRAMÁTICAS DE CASTELA E LEÃO, ESPANHA: Daniel Velasquez
APOIO TÉCNICO DA EQUIPA DO TGR: Ana Duarte, Carlos Mavioso, Margarida Mouro, Miguel Madeira, Paulo Carocho, Sílvia Rosado e Tomé Baixinho
DISTRIBUIÇÃO: Vítor Fialho
LIMPEZA: Fernanda Rochinha
AGRADECIMENTOS: Câmara Municipal de Évora, Carlos Ferreira, Graciete Fidalgo, Joana Espanca Bacelar, João Espanca Bacelar, Luís Inocentes
COCRIAÇÃO CENDREV – CENTRO DRAMÁTICO DE ÉVORA E ÉTER – PRODUÇÃO CULTURAL

 

Serpa
15 de novembro, 21h30. 2024
10º Cenas de Novembro, Baaal17, Cineteatro Municipal de Serpa

 

Datas anteriores:

Teatro Garcia de Resende

10 de outubro a 3 de novembro, 2024
Espetáculo de 3 de novembro é inserido nos ENCONTROS DE TEATRO IBÉRICO 2024

 



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VER&APRENDER: Num Abril e Fechar de Olhos

Um jardineiro, guardião de todas as histórias do 25 de Abril e supremo conhecedor dos seus mistérios, mágoas e aventuras, acompanha-nos numa viagem no tempo até mil novecentos e setenta e três. Iremos conhecer a incrível história de três companheiros, pequenos na idade, mas enormes em coração e pensamento. Juntos decidem levar a cabo uma valorosa luta pelo direito a terem, na aldeia de pescadores onde nasceram e de onde nunca saíram, um parque de engenhocas para brincar, igual aos que, ouviram dizer, existem nas cidades grandes. Nesta jornada os três amigos vão conhecer vários habitantes da aldeia, e confrontar-se com realidades, que apesar de lhes serem próximas, não conheciam. Vão fazer perguntas, ouvir respostas e compreender porque é que as nuvens do medo, da raiva e do silêncio cobriam há tanto tempo aquela terra. Esta é uma história sobre a coragem e a nobreza de espírito de quem lutou por um sonho justo, fosse ele um parque de engenhocas para brincar, ou a própria Liberdade. Um espetáculo deslumbrante para toda a família, repleto de música revolucionária que todos os pais e avós conhecem.

 

FICHA ARTÍSTICA:
Autoria e Encenação: Mafalda Santos | Direção Musical: Artur Guimarães| Interpretação: Ana Freitas, Ana Lúcia Palminha, Bibi Gomes, Fernando Jorge Lopes e Pedro Luzindro | Cenografia: Marta Fernandes da Silva | Apoio à Cenografia: Maria Almeida | Construção Cénica: Ricardo Trindade | Figurinos: Alex de Brito | Desenho de Luz: Daniel Verdades | Sonoplastia: Sandro Esperança |Direção Técnica: Celestino Verdades | Técnicos de Palco: Daniel Verdades, Sandro Esperança | Direção de Produção: Sofia Oliveira | Produção: Josefina Correia e Paula Almeida | Comunicação e Assessoria de Imprensa: Nádia Santos | Promoção: Victor Pinto ngelo | Imagem: Marisa Silva | Design Gráfico: P2F Atelier | Fotografia: José Frade | Videógrafo: Leonardo Oliveira

 

MÚSICA:

“Menino do Bairro Negro”, José Afonso; “Índios da Meia Praia”, José Afonso; “Pode alguém ser quem não é”, Sérgio Godinho; “O Charlatão”, Sérgio Godinho e José Mário Branco; “Travessia do Deserto”, Fausto Bordalo Dias; “Vampiros”, José Afonso; “O galo é dono dos ovos”, Sérgio Godinho; “Hondo Moçambique”, popular; “Canto dos torna-viagem”, José Mário Branco; “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, José Mário Branco

 

Teatro Garcia de Resende

24 de novembro, 11h00
25 de novembro, 11h00 e 15h00

 

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