Teatro às Três Pancadas

“Teatro às Três Pancadas” é um original de António Torrado, do qual serão apresentadas três peças, com encenação de Jorge Baião. “Serafim e Malacueco na Corte do Rei Escama”, “As Três Abóboras” e “Os Quatro Pés do Trono” são três dos textos que podem ser encontrados no livro ‘Teatro às Três Pancadas’, obra incluída no plano nacional de leitura. Segundo o autor, estas peças foram inspiradas em histórias tradicionais e contos que, adaptados pelo próprio, desencadearam a sua transformação em obras teatrais.

Em “Teatro às Três Pancadas” uma trupe de saltimbancos caminha de terra em terra para apresentar o seu espetáculo, onde música transforma o caminho em festa. Na carroça que puxam, transportam um mundo imaginário, onde não faltam reis, piratas, ilhas, guardas, palácios, magos, cortesãos, mendigos, camponeses… e “o prazer irresistível de inventar o Teatro”. Entramos assim no mundo da imaginação como se entra num sonho que nos leva a um universo transformador, que nos permite ser o que quisermos. É nesse universo de transformação, onde vivem as personagens destas histórias, cujas aventuras pretendem cativar tanto crianças e jovens como os adultos.
Jorge Baião, encenador

António Torrado nasceu em Lisboa, mas com raízes familiares na Beira Baixa. Foi poeta, ficcionista, dramaturgo, autor de obras de pedagogia e de investigação pediográfica, por excelência um contador de histórias, estando muitos dos seus livros e contos traduzidos em várias línguas. Foi jornalista, editor, professor, produtor principal e chefe do Departamento de Programas Infantis da RTP. A sua bibliografia regista atualmente mais de 120 títulos, onde sobressai a produção literária para crianças, contemplada em 1988, com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças. Livros seus foram, em 1974 e 1996, incluídos na Lista de Honra do IBBY – Internacional Board on Books for Young People. Segundo o crítico e investigador José António Gomes, “Torrado impôs-se como uma das figuras de maior relevo da nossa literatura do pós-25 de abril e dificilmente se encontrará hoje um autor que, de forma tão equilibrada, saiba dosear em livro o humor, a crítica e os sinais de um profundo conhecimento do imaginário infantil.”

 

 

FICHA TÉCNICA:
Autor: António Torrado | Interpretação: Beatriz Sousa, Fabrisio Canifa, Ivo Luz, Luís Bonito e Maria Marrafa | Encenação: Jorge Baião | Cenário, figurinos e adereços: Filipa Malva | Música e ambiente sonoro: António Bexiga | Desenho de luz: António Rebocho | Operação luz e som: Beatriz Sousa | Tradução LGP: Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha | Fotografia e vídeo: Carolina Lecoq | Design gráfico: Alexandra Mariano | Execução de figurinos: Adozinda Cunha e Eliana Valentine | Execução de cenário: Serralharia Pedro & Pegacho, Lda e Tomé Baixinho | Apoio execução de adereços e cenário: Coletivo de atores | Comunicação: Helena Estanislau | Direção técnica: António Rebocho | Direção de produção: Cláudia Silvano | Produção executiva e direção de cena: Beatriz Sousa | Programação e Produção em digressão: Patrícia Hortinhas | Apoio administrativo: Inês Guerra | Apoio técnico da equipa do TGR: Ana Duarte, Carlos Mavioso, Margarida Mouro, Miguel Madeira, Paulo Carocho e Tomé Baixinho | Distribuição: Vítor Fialho | Limpeza: Fernanda Rochinha | Estágio do Curso Profissional de Artes do espetáculo do Agrupamento de Escolas dos Templários de Tomar: Daniela Santos

Agradecimentos: Câmara Municipal de Évora, Centro de Recursos do Património Cultural Imaterial Municipal, Do Imaginário – Associação Cultural, José Baltazar, Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba e Sol Luz.

 

 

2025:

Évora
20 a 24 de janeiro, 10h30 e 14h30 – Teatro Garcia de Resende
(Sessões para escolas)

Faro
30 de abril, 10h30. 2025 – Teatro LeThes, ACTA

 

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DATAS ANTERIORES:

Montemuro
24 de novembro, 2024
16h00 – Serões na Serra, Teatro do Montemuro

Arraiolos
28 de junho, 2024

Teatro Garcia de Resende
13 a 15 de maio, 2024 – Sessões para escolas:
10h00 e às 14h30

Sociedade Recreativa E Dramática Eborense
10 de maio, 2024
15h00

Associação de Moradores do Bairro do Bacelo
6 de maio, 2024
15h00

Associação de Moradores do Bairro de Almeirim
3 de maio, 2024
14h30

Grupo Cultural e Desportivo Santa Maria e Fontanas
2 de maio, 2024
14h30

Casa do Povo dos Canaviais
26 de abril, 2024
15h00

Casas Pintadas, Feira do Livro, Évora
21 de abril, 2024

Salão Desportivo Unidos da Giesteira
19 de abril, 2024

Casa do Povo de N- Sra. de Machede
18 de abril, 2024

Centro de Dia de S. Manços
17 de abril, 2024

Grupo União e Recreio Azarujense
16 de abril, 2024

Centro Cultural do Redondo
10 de abril, 2024

Teatro Garcia de Resende
14 a 24 de março, 2024
Quarta a sábado às 19h00
Domingos às 16h00
Sessões para escolas nos dias 20, 21 e 22 às 11h00
Sessões em LGP dias 16, 23 e 27

Sessão no Dia Mundial do Teatro às 21h30



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Bonecos de Santo Aleixo: Próximas datas

Estes títeres tradicionais do Alentejo parecem ter tido a sua origem na aldeia que lhes deu o nome. São títeres de varão, manipulados por cima, à semelhança das grandes marionetas do sul de Itália e do norte da Europa. Os textos tradicionais, que eram somente transmitidos por via oral, chegaram até ao presente através de sucessivas gerações de bonecreiros. Os textos resultam de uma fusão entre a cultura popular e uma escrita erudita.

Conhecidos e apreciados em todo o país, com frequentes deslocações aos locais onde tradicionalmente se realizava o espetáculo, os Bonecos de Santo Aleixo participam também em muitos certames internacionais fora do país e são os anfitriões da BIME – Bienal Internacional de Marionetas de Évora que se realiza desde 1987. O lugar de representação é um retábulo, construído em madeira e tecidos floridos, reproduzindo um palco tradicional em miniatura com pano de boca, cenários pintados em papelão e iluminação própria (candeia de azeite).

Os bonecos são realizados em madeira e cortiça e são vestidos com um guarda-roupa que permite, como no teatro naturalista, identificar as personagens da fábula contada. A música (guitarra portuguesa) e as canções são executadas ao vivo.

 

FICHA TÉCNICA:

Autoria: TRADIÇÃO POPULAR | Encenação BSA | Interpretação: José Russo, Ana Meira, Vitor Zambujo, Gil Salgueiro Nave, Isabel Bilou
Acompanhamento musical: Gil Salgueiro Nave.

 

2025

  • 4 de janeiro, 16h00 e 21h30 – Sociedade Recreativa Sanluizense, São Luís. Vila Nova de Milfontes

 

2024

  • 20 de abril, 21h00 – Casa da Cultura, Mora
  • 23 de abril, 19h30  – Dia da inauguração da exposição no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT),  Lisboa
  • 5 de maio, 17h00 – MAAT,  Lisboa
  • 10 de maio, 21h30 – Sociedade Recreativa Sanluizense, São Luís – V.N. Milfontes
  • 11 de maio, 16h00 e 21h30 – Sociedade Recreativa Sanluizense, São Luís – V.N. Milfontes
  • 12 de maio, 16h00 e 19h00 – Sociedade Recreativa Sanluizense, São Luís – V.N. Milfontes
  • 18 de maio, 18h00 – MAAT,  Lisboa
  • 19 de maio, 16h30 – Casa da Música Jorge Peixinho, Montijo
  • 8 de junho, 18h00 – MAAT,  Lisboa
  • 9 de junho, 16h00 e 21h30 – Teatro-Estúdio António Assunção, Almada
  • 10 de junho, 16h00 – Teatro-Estúdio António Assunção, Almada
  • 23 de junho, 17h00 – MAAT,  Lisboa
  • 28 de junho,  21h30 – Cine Teatro Avenida, Castelo Branco
  • 7 e 8 de setembro, 18h30 – Sociedade Vencedora Portimonense, Portimão
  • 18 de outubro, – Teatro-Estúdio António Assunção, Almada
  • 1 de novembro, 21h00 – Biblioteca Júlio Dantas, Lagos
  • 28, 29 e 30 de novembro, 20h30 – Museu da Marioneta, Lisboa
  • 8 de dezembro, 18h00 – Montoito
  • 13 de dezembro, 21h00 – Casa do Povo, Freixo
  • 14 de dezembro, 18h00, no auditório do Centro Cultural de Redondo
  • 16 a 21 de dezembro, 18h30- Biblioteca Pública de Évora


Autos da Revolução

É o próprio Lobo Antunes que diz: “Não consigo conceber uma história onde as personagens não tenham carne”. Por isso é que as suas criaturas romanescas se encarnam tão naturalmente sobre um palco. Hoje, para falar da Revolução quarenta anos depois e na situação dramática em que Portugal se encontra, pareceu-me imperativo convocar a linguagem e as imagens interiores deste imenso escritor, sabemos que apenas nos apoiando em poetas rebeldes podemos dar conta dum mundo que mete medo. António Lobo Antunes, ao dirigir o seu olhar para o passado, recusa-se a contribuir para a edificação duma lenda dourada do 25 de Abril. As personagens que cria nos romances que colocam a Revolução como tela de fundo não são nenhuns heróis, mas pessoas comuns, cheias de contradições, que levam uma vida anónima nas margens dos acontecimentos históricos. O espetáculo propõe os relatos cruzados de diferentes personagens: um operário carregador de mudanças, um empregado de escritório militante maoista, uma camponesa explorada numa Quinta, uma burguesa caridosa e um dono de empresas. Cada um recorda o seu 25 de Abril e conta o que sucedeu com ele. Desta confrontação nascem, por certo, perguntas inevitáveis com o andar do tempo e à luz da fervura que sacode o país atualmente.

Pierre-Étienne Heymann (2014)

 

“Não podemos deixar fechar as portas que Abril abriu”

Como é sabido, o projeto teatral criado em Évora em janeiro de 1975 é, naturalmente, filho legítimo da revolução portuguesa. Daí que, quando o Ministério da Cultura nos lançou o desafio para integrar a programação das celebrações dos cinquenta anos do 25 de Abril, surgiu de imediato a ideia de voltar, mais uma vez, aos textos de António Lobo Antunes. Estes tinham resultado já num primeiro espetáculo em 2004 e numa segunda abordagem, em 2014, numa parceria do CENDREV com a ACTA – Companhia de Teatro do Algarve, ambos os projetos com dramaturgia e direção do nosso amigo Pierre-Étienne Heymann – homem de teatro, profundamente conhecedor da obra deste autor que se debruçou sobre a revolução portuguesa em várias das suas obras.
Convocámos este painel de personagens, desenhados pela poética e perspicácia de Lobo Antunes, para confrontar o público com um conjunto de olhares e inquietações sobre esses acontecimentos que transformaram profundamente a vida do povo português.
Com a Revolução de Abril, não foi conquistada apenas a liberdade e a democracia política, criaram-se também condições para notáveis avanços civilizacionais que hoje estão a ser profundamente delapidados. Sendo o teatro um espaço privilegiado de encontro e reflexão dos homens, este acontecimento maior da nossa História não podia deixar de constituir matéria do nosso trabalho.

CENDREV (2024)

Prólogo e epílogo (A partitura) de Auto dos Danados (1985) e Conhecimento do inferno (1980); Abílio e Militante de Fado Alexandrino (1983); Sofia, Filha do caseiro, Banqueiro de O Manual dos Inquisidores (1996) (Publicações Dom Quixote).

Canções:
El dia que me quieres (Carlos Gardel/Alfredo Le Pera)
Fadinho da prostituta da rua de Santo António da Glória (A.L. Antunes/Vitorino)
Fado Alexandrino (popular)

Espetáculo acompanhado da exposição itenerante LIBERDADE! LIBERDADE! A REVOLUÇÃO NO TEATRO
Integrado nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

 

 


FICHA TÉCNICA:

Autor: António Lobo Antunes | Seleção de textos e dramaturgia: Pierre-Étienne Heymann | Direção: Gil Salgueiro Nave e José Russo | Interpretação: Ana Meira, Carolina Pequito, Ivo Luz, Jorge Baião, José Russo e Mariana Ramos Correia | Direção musical: Gil Salgueiro Nave | Execução musical: Mariana Ramos Correia | Iluminação: António Rebocho | Espaço cénico, figurinos e adereços: CENDREV | Comunicação: Helena Estanislau | Fotografia e vídeo: Carolina Lecoq | Direção de produção e Gestão financeira: Cláudia Silvano | Programação e circulação: Patrícia Hortinhas | Costureira: Adozinda Cunha | Design gráfico: Alexandra Mariano | Apoio técnico: Beatriz Sousa e Fabrísio Canifa | Colaboração da equipa do TGR: Ana Duarte, Carlos Mavioso, Margarida Mouro, Miguel Madeira, Sílvia Rosado e Tomé Baixinho | Distribuição: Vítor Fialho | Limpeza: Fernanda Rochinha | Tradução LGP: Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha |Agradecimentos: Câmara Municipal de Arraiolos e Câmara Municipal de Évora

 

 

 

Apresentações anteriores:

Évora
26 de novembro, 19h00. 2024 – Escola Primária do Bairro de Almeirim

Graça do Divor
21 de novembro, 19h00. 2024 – Novo Espaço Recreativo de Nossa Senhora da Graça do Divor (Antigo Lavadouro)

Biblioteca Municipal de Arraiolos

25 de outubro, 2024 – 21h30
26 de outubro, 2024 – 18h00



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Florbela, Florbela!

“CONDENSAR O MUNDO NUM SÓ GRITO!”

Celebrando os 50 anos do 25 de Abril, quando se perfazem 130 anos do seu nascimento e é publicado, em Portugal e no Brasil um grande dicionário da sua obra, “FLORBELA, FLORBELA” é uma homenagem a Florbela Espanca através de um espetáculo que interpreta a sua obra e a sua vida.
Este espetáculo conta com três personagens: 1 – atriz que representa a poetisa; 2 – atriz atual que interpreta o papel de Florbela Espanca na peça; 3 – encenadora e autora da peça teatral.
As três personagens, desenvolvem uma relação de conflito, aproximação / afastamento, apreço / crítica entre si, revelando não só os principais momentos da vida de Florbela, os seus dramas e paixões, a forte crítica social preconceituosa da época em que viveu, como as tensões existentes entre si, entre a mentalidade atual e a mentalidade da época em que viveu Florbela, entre os preconceitos de ontem e os de hoje.  Todas estas tensões explodem e confluem para a criação do espetáculo dramático e lírico destas três mulheres / personagens.

 

 

“FLORBELA, FLORBELA” intenta homenagear esta poetisa de origem alentejana, através de um espetáculo que interpreta a sua obra e a sua vida (1894 – 1930), nascida em Vila Viçosa, que estudou e viveu em Évora, antes de se deslocar para Lisboa, tendo morrido em Matosinhos.

Esta peça é igualmente uma homenagem à mulher portuguesa, sobretudo à mulher do interior, que, mais do que a das grandes cidades, viveu durante o regime do Estado Novo segundo um estatuto social de opressão e de humilhação. Com efeito, Historicamente, ao longo do século XX, a poesia de Florbela foi enredada em dois labirintos que a ultrapassavam e de certo modo a deformavam, ou, pelo menos a inclinavam hiperbolicamente num sentido exterior à sua poesia: 1. – o labirinto das representações culturais portuguesas, no qual Florbela sofre da condição inferior do estatuto da mulher ao longo do regime do Estado Novo, para lhe ser feita justiça após a instauração do regime democrático em 1974; 2. – o labirinto das sucessivas disputas hermenêuticas literárias, que ora acolhiam, ora diabolizavam a sua obra.

Do primeiro, nasce a imagem de Florbela como mulher angustiada, que a dor, o sofrimento e a desadaptação social convertem genialmente em poesia lírica, exprimindo as emoções prevalecentes na natureza feminina. Este é o núcleo central da imagem de Florbela face aos quadros mentais do Estado Novo: uma mulher romântica, desequilibrada, incapaz de reprimir e esconder os seus desejos sensuais femininos.
Face a este núcleo central, desenha-se, ao mesmo tempo, uma outra imagem social que pode ser designada por contra-mito: Florbela tinha sido uma mulher livre, que rompera a barreira dos preconceitos conservadores, nacionalistas e tradicionalistas da sociedade portuguesa patriarcal. Em síntese, alguns sonetos são vistos como libertinos, expressão de uma espécie de D. Juan feminina, outros recolhem a tradição portuguesa da mulher sofrida, esmagada pela sociedade, vivência comum à mulher urbana, popular, esposa, mãe e dona de casa.
“FLORBELA, FLORBELA” ressuscita estas vivências em palco através de três mulheres, tornando-se, assim, um tributo à memória da cultura portuguesa do século XX.

Miguel Real

 

LINHAS DRAMATÚRGICAS e NOTAS DE ENCENAÇÃO

Uma escrita dramatúrgica e um espetáculo que pretendem que o público reflita connosco sobre o que se passa no palco. Intenta-se que o espetador seja estimulado a pensar a vida de Florbela tanto como se fosse uma construção de ontem, como com momentos similares atuais. As tensões múltiplas da vida de Florbela, a que o espetador assiste, são transpostas para o tempo de hoje, não o tempo em que Florbela viveu.
O espetáculo consiste num ensaio para a criação do espetáculo “FLORBELA, FLORBELA”.
Três mulheres: Uma de há 100 anos, Florbela, e duas atuais, a Atriz e a Encenadora, de duas gerações diferentes.
Dois espaços e dois tempos com 100 anos de distância: 1920 e 2024. Sala de Florbela de há 100 nos, mais elevada, que nos transporta para a sua época, e espaço de trabalho da Encenadora e da Atriz, o palco.
Encenadora e Atriz invocam Florbela para lhe fazer perguntas, esclarecer dúvidas, discutir ideias. Ora estão em tempos diferenciados, ora rompem o tempo e encontram-se as três num tempo presente. Florbela fala do que sente, deseja, de momentos da sua vida, das suas certezas, arrependimentos, mágoas.
Encenadora e Atriz pesquisam, trocam ideias, questionam-se, afirmam convicções. Por vezes as respostas às suas perguntas são dadas por Florbela sem comunicação, outras vezes comunicam diretamente. Umas vezes discordam, outras estão de acordo. Também nos gestos, nos movimentos, Florbela e Atriz, ora são díspares, ora se harmonizam, tornando-se uma só. Esse é o desígnio da Encenadora, que a Atriz se transforme em Florbela.
Cenário, figurinos, luzes, música e orgânicas sonoras caracterizam os dois tempos, o de há 100 anos e a atualidade. Imagens simbólicas revelam a imaginação e os grandes temas da vida e da obra de Florbela.
Por último, um agradecimento muito especial a toda e a equipa e ao CENDREV.
MUITO OBRIGADA.

Filomena Oliveira

 

ORGÂNICA SONORA, ILUMINAÇÃO E VÍDEO

Foi um desafio fazer nascer a música para este espetáculo, ainda mais dar-lhe vida em palco e fazê-la dialogar com o texto, as atrizes, a cenografia, a iluminação e o vídeo, de forma a criarmos uma bolha una que contagie o espectador. Sendo a narrativa um ensaio de uma peça de teatro sobre Florbela Espanca, temos uma história dentro de uma outra história. Afastamo-nos, assim, de um conceito de época para um tempo transversal com uma margem de 100 anos de história. Desta forma, a música tanto se aproxima da poesia de Florbela como de vetores eletrónicos próprios da passagem do Séc. XX para o Séc. XXI. Assim se caracteriza o conceito de Orgânica Sonora, unindo a composição musical com a sua coexistência num ecossistema complexo de dimensões inerentes ao espetáculo. O sincronismo com a iluminação e a utilização de inteligência artificial na produção de vídeos sublinham a procura de uma abordagem orgânica dos vários média na operação técnica do espetáculo. A música procura, neste contexto, um equilíbrio entre o dramatismo da condição humana sôfrega, inevitável, absorta na profunda tristeza, e um derradeiro rasgo de esperança e reivindicação da vida em plenitude e liberdade, próprios do lirismo trágico de Florbela Espanca.

David Martins

 

CENÁRIO, FIGURINOS E ADEREÇOS

Florbela e Florbela… um desdobramento, dela mesma e o das atrizes que a representam.
A Vida corre em planos paralelos, desenrolando-se em tempos diferentes – no palco e fora dele vive-se com a memória.
Convocar passado e presente num mesmo espaço é uma constante dessa memória que se vai revelando em territórios feitos de palavra e adereços, figurinos e cenário.
Que o teatro possa ser sempre um testemunho de vida, alerta e liberdade.

Helena Calvet

 

 

FICHA ARTÍSTICA

TEXTO E DRAMATURGIA: Filomena Oliveira e Miguel Real
ENCENAÇÃO: Filomena Oliveira
INTERPRETAÇÃO: Carla Chambel, Maria Marrafa, Rosário Gonzaga
DESENHO DE LUZ, MÚSICA ORIGINAL, ORGÂNICA SONORA E VÍDEO: David Martins
CENÁRIO, FIGURINOS E ADEREÇOS: Helena Calvet
COMUNICAÇÃO: Helena Estanislau
FOTOGRAFIA E VÍDEO PROMOCIONAL: Carolina Lecoq
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA: Cláudia Silvano
PRODUÇÃO EXECUTIVA E ASSISTÊNCIA DE CENOGRAFIA E FIGURINOS: Beatriz Sousa
PROGRAMAÇÃO E CIRCULAÇÃO: Patrícia Hortinhas
TRADUÇÃO LGP: Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha
CONSTRUÇÃO DE CENÁRIO: Helder Cavaca com colaboração de João Concha
DESIGN GRÁFICO: Alexandra Mariano
DIREÇÃO TÉCNICA: António Rebocho
OPERAÇÃO DE LUZ E SOM: David Martins e Pedro Viegas
APOIO TÉCNICO: Fabrísio Canifa
ESTAGIÁRIO ERAMUS+ DA ESCOLA SUPERIOR DE ARTES DRAMÁTICAS DE CASTELA E LEÃO, ESPANHA: Daniel Velasquez
APOIO TÉCNICO DA EQUIPA DO TGR: Ana Duarte, Carlos Mavioso, Margarida Mouro, Miguel Madeira, Paulo Carocho, Sílvia Rosado e Tomé Baixinho
DISTRIBUIÇÃO: Vítor Fialho
LIMPEZA: Fernanda Rochinha
AGRADECIMENTOS: Câmara Municipal de Évora, Carlos Ferreira, Graciete Fidalgo, Joana Espanca Bacelar, João Espanca Bacelar, Luís Inocentes
COCRIAÇÃO CENDREV – CENTRO DRAMÁTICO DE ÉVORA E ÉTER – PRODUÇÃO CULTURAL

 

Serpa
15 de novembro, 21h30. 2024
10º Cenas de Novembro, Baaal17, Cineteatro Municipal de Serpa

 

Datas anteriores:

Teatro Garcia de Resende

10 de outubro a 3 de novembro, 2024
Espetáculo de 3 de novembro é inserido nos ENCONTROS DE TEATRO IBÉRICO 2024

 



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A Sapateira Prodigiosa

Voltamos, uma vez mais, ao contacto com o público no Largo do Chão das Covas, um espaço de programação de verão, num período do ano em que o público dificilmente se desloca às salas para ver teatro. Vamos preparar um espetáculo capaz de garantir a animação desta praça do centro histórico da cidade e, neste propósito, contamos também com o apoio dos serviços municipais. Estes momentos de teatro, em que os cidadãos podem assistir mais do que uma vez ao espetáculo, ganham particular significado para o público que participa generosamente. Estamos convencidos de que esta é uma boa forma de sensibilizar franjas de público que não tocamos de outra maneira.

Este trabalho que apresentamos em julho de 2024 acontece na sequência do espetáculo estreado em 2022, “Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu Jardim”, agora trata-se da peça “A Sapateira Prodigiosa” para concluir este ciclo de trabalho com a dramaturgia de Federico Garcia Lorca.

Referir ainda que se trata de um processo criativo pensado em 2021, uma vez que para além de contar com a mesma equipa criativa, prevê igualmente a base do dispositivo cénico já utilizado no espetáculo anterior. Para falar sobre as virtudes deste grande texto dramático deixamos algumas palavras do autor ditas em 1933 quando da montagem que dirigiu: “A sapateira é uma farsa, ou melhor, um exemplo poético da alma humana, e apenas ela tem importância dentro da peça. As restantes personagens limitam-se a servi-la. A cor da obra é acessória e não fundamental como noutra espécie de teatro. Eu próprio poderia ter situado este mito entre os esquimós. A palavra e o ritmo podem ser andaluzes, mas não a substância. E a sapateira não é uma mulher em especial, mas todas as mulheres… No coração de todos os espetadores, há uma sapateira que voa.”

 

FICHA TÉCNICA:
Autor: Federico García Lorca | Encenação: José Russo | Interpretação: Ana Meira | Carolina Pequito | Ivo Luz | Mariana Correia | Jorge Baião e José Russo | Cenário, figurinos e adereços: Filipa Malva | Direção musical e design sonoro: Hugo Monteiro | Desenho de luz: António Rebocho | Operação luz: Fabrisio Canifa | Operação de som: Beatriz Sousa | Tradução LGP: Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha | Fotografia e vídeo: Carolina Lecoq | Design gráfico: Alexandra Mariano | Execução de figurinos: Adozinda Cunha e Eliana Valentine | Execução de cenário: Serralharia Pedro & Pegacho, Lda e Hélder Cavaca | Comunicação: Helena Estanislau | Direção técnica: António Rebocho | Direção de produção: Cláudia Silvano | Produção executiva: Beatriz Sousa | Apoio administrativo: Inês Guerra | Apoio técnico da equipa do TGR: Ana Duarte, Carlos Mavioso, Margarida Mouro, Miguel Madeira, Paulo Carocho e Tomé Baixinho | Distribuição: Vítor Fialho | Limpeza: Fernanda Rochinha | Estagiários do Curso Profissional Intérprete/ Ator/ Atriz da Escola Secundária André De Gouveia – Évora: Eduardo Freitas, Maria Gabriela Prates e Mariana Dias | Agradecimentos: Câmara Municipal de Évora

 

Largo do Chão das Covas

11 a 27 de julho, 2024
21h30
Sessões com Lingua gestual portuguesa
dias 13 e 20 de julho, 2024



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Pó e Batom

Pó e Batom é uma fantasia lírica de Esther F Carrodeguas, a partir de duas conhecidas mulheres de Santiago de Compostela. Maruxa e Coralia Fandiño Ricart são duas irmãs que todos os dias cumprem escrupulosamente o mesmo ritual, saindo às duas em ponto para passear, vestidas e maquilhadas de forma garrida, repetindo percursos e enfrentando a cinzenta sociedade franquista que as marginaliza e maltrata, por serem de família republicana anarcossindicalista. Par inseparável que reinventa o sentido da vida, ora de forma cómica, ora ácida, resistindo e sobrevivendo em situação muito adversa. São galegas, mas reconhecemo-las em outros lugares e outros tempos, ao percorrermos a ponte que vai do particular ao universal, como pode acontecer quando temos nas mãos uma peça de teatro tão bela como esta.

 

Pó e Batom é um exercício de justiça poética que se soma a muitos outros que nos foram iluminando sobre a vida das conhecidas Marías de Santiago de Compostela, a quem já é hora de tratar pelo nome e, principalmente, pelo apelido: Fandiño Ricart.
Maruxa e Coralia (as protagonistas da peça) escondem por trás de uma espessa máscara de maquilhagem uma grande história de crueldade. Cruel é aquele, ou aquela, que faz sofrer sem ter pena ou, inclusive, tendo prazer. Há, por isso, uma história de prazer do outro lado da moeda desta história encharcada em violência institucional, ideológica, política, social, económica, machista, de género e sexual. E a violência, diz o dicionário, é um exercício injusto e arbitrário (normalmente ilegal) de poder ou de força.
Mas a história de Coralia e Maruxa é também uma história de valentia: de coragem, de luta, de irreverência — civil — e de dignidade. Numa palavra: de LIBERDADE. Uma história sobre a loucura necessária para viver neste mundo de loucos (e loucas). Maruxa e Coralia Fandiño Ricart passearam dia após dia às duas da tarde, como uma bandeira arco-íris que contrariava o cinzento da ditadura franquista na capital galega. Foram enganadas, violentadas, insultadas, silenciadas; foram comunistas, foram putas, foram nada. Foram fome. Mas nada as conseguiu parar. Nunca deixaram de caminhar. E nunca é nunca: ainda continuam a caminhar.
Após a sua morte nos anos 80, continuaram a caminhar no imaginário coletivo. E, em 1994, César Lombera imortalizou-as caminhando na Alameda compostelana: foi assim que as conheci. Caminharam dia e noite desde então e nem o Covid 19 permitiu que deixassem de caminhar: foram as únicas caminhantes nas ruas desertas de Santiago. Em 2021 apareceram a caminhar nas Naves de Matadero de Madrid e em 2023 fazem-no no Teatro García de Resende, em Évora.
A sua presença teimosa dá-nos esperança.

Esther F Carrodeguas

 

 

FICHA ARTÍSTICA:
Texto: Esther F Carrodeguas | Interpretação: Ana Meira e Rosário Gonzaga | Tradução e encenação: Sofia Lobo | Cenário, figurinos e adereços: Filipa Malva | Música: Jarbas Bittencourt | Desenho de Luz: António Rebocho | Operação som: Beatriz Sousa | Operação luz: Fabrisio Canifa | Tradução LGP: Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha | Fotografia e vídeo: Carolina Lecoq | Design gráfico: Alexandra Mariano
Execução de figurinos: Adozinda Cunha e Eliana Valentine | Execução de cenário: Serralharia Pedro & Pegacho, Lda | Comunicação e divulgação: Helena Estanislau | Direção técnica: António Rebocho | Direção de produção: Cláudia Silvano | Produção executiva: Beatriz Sousa | Apoio técnico da equipa do TGR: Ana Duarte, Margarida Mouro, Miguel Madeira, Paulo Carocho e Tomé Baixinho

Agradecimentos: Câmara Municipal de Évora, equipa do CENDREV – Centro Dramático de Évora, Vanessa Sotelo.

 

Teatro Garcia de Resende:
19 a 25 de fevereiro, 2024
19h00 / (dia 25 às 16h00)

 

Apresentações anteriores:
La Nave del Duende – Cáceres
23 de março, 2024
Teatro Taborda – Lisboa
10 e 11 de fevereiro, 2024
Teatro das Beiras
6 e 7 de fevereiro, 2024
Teatro da Cerca de São Bernardo, Coimbra:
2 de fevereiro às 19h00
Dia 3 às 21h30
Teatro Garcia de Resende, Évora:
16 a 23 de novembro, 2023
de quarta a sábado às 19h00
domingos às 16h00


O evento é integrado na programação no âmbito da RTCP – Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.


Informações: (+351) 266 703 112 / Contactos
Compra de bilhetes: www.bol.pt

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