Sobre o TEATRO GARCIA DE RESENDE

 

“Edificado entre 1881-92, igualmente sob beneplácito dos mesmos cidadãos beneméritos e de uma Sociedade Cívica dedicada ao progresso artístico eborense, teve a assistência técnica dos Eng.os Adriano Monteiro e Oliveira e Silva, que se inspiraram no Teatro de S. Carlos, de Lisboa e em modelos de interiores italo-franceses, onde persiste o arcaísmo do estilo Luís XVI. Grandes pintores e estucadores trabalharam nas decorações do vestíbulo, sala de espectáculos, pano de boca e salão nobre: João Vaz, António Ramalho, Eloy Amaral, Manini, Leandro Braga e os mestres de Afife. Após o acto inaugural de 1892, presidido pelo infante D. Afonso de Bragança, os fundadores doaram o imóvel à Câmara de Évora, autarquia que para manter o edifício em funcionamento teve de modificar o estatuído pelas classes aristocráticas e burguesas que o destinavam, apenas, para récitas de gala, ópera e concertos classificados. E finalmente, atravessando períodos de agonia, o Município cedeu a mais importante casa de espectáculos do Sul do País, ao Centro Cultural de Évora, que nele tem exercido, desde 1975, uma notável obra pedagógica como Escola de Teatro.”

ESPANCA, Túlio. Encontro com a Cidade. 1988. CME


DA PÁGINA OFICIAL DO MUNICÍPIO:

A exemplo de outros teatros construídos no séc. XIX, a construção do TGR resultou de uma iniciativa das elites locais, destinada a conter o desemprego e a criminalidade daí resultante. O grande proprietário José Ramalho Dinis Perdigão dinamizou a criação de uma Sociedade e, em 31 de Outubro de 1881, foi lançada 1ª. pedra.

Só em 1890, no entanto, o Teatro estaria pronto a funcionar, após vários contratempos, entre os quais a morte, em 1884, de Ramalho Perdigão. A viúva, D. Inácia Fernandes de Barahona, viria mais tarde a casar com o benemérito Dr. Francisco Barahona, que deu continuidade à obra.

Os acabamentos seriam, aliás, influenciados pelo seu gosto requintado, pois contrataram, para o efeito, uma equipa de pintores e artífices de grande qualidade. Luigi Manini, cenógrafo titular do S. Carlos, colaborou na dotação do cenário e na realização do pano de boca.

O TGR seria inaugurado em 1 de Junho de 1892, na presença do infante D. Afonso, com uma peça de E. Schwalbach, “O Íntimo”, levada à cena pela Companhia de Teatro do D. Maria II.

Em 1941, um vendaval destelhou-o, e, tendo permanecido assim durante todo o Inverno, as pinturas foram danificadas. Para além disso, durante os trabalhos de recuperação foi roubado o revestimento interior em chumbo da cobertura, que garantia o isolamento térmico e acústico. Em 1943, a Câmara arrendou-o como teatro e cinema, autorizando alterações na plateia, que foi descaraterizada. Em 1969, uma intervenção desastrada alterou irremediavelmente a sua imagem original (fachada principal).

O TGR chegou a ser utilizado como depósito de lixo, até que, em 1975, na sequência da Revolução dos Cravos, foi ocupado pelo Centro Cultural de Évora, que a partir dali deu início à primeira experiência de descentralização teatral. Mas depois de profundas reformas levadas a cabo pelo município nos últimos 20 anos, mantém-se hoje como um espaço cultural de referência, gerido​ pelo CENDREV – Centro Dramático de Évora.​

 

O Teatro Garcia de Resende faz  parte da Rota Europeia de Teatros Históricos.

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A Rota Europeia dos Teatros Históricos distingue e liga, através de doze rotas geográfica e turisticamente estratégicas, os mais belos, interessantes e preservados teatros construídos entre o período renascentista e primeiras décadas do século XX.


Foi agora lançado o novo site da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP).

O Teatro Garcia de Resende (TGR) é uma das 81 entidades artísticas de norte a sul do país que integram esta rede em prol de uma oferta cultural de qualidade e diversificada. A gestão desta plataforma pertence à Direção-Geral das Artes.
O CENDREV realiza a programação para o TGR ao abrigo deste instrumento com base no apoio concebido com a aprovação de candidatura.

 


Artigo sobre a história do Teatro Garcia de Resende publicado no Boletim de Cultura da Câmara Municipal de Évora “A Cidade de Évora” n. 61-62 – 1978-79.

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Um Teatro à Italiana” pelo Arq. Miguel Lima.
Artigo sobre a o Teatro Garcia de Resende publicado na revista ADÁGIO n. 3. Março-abril 1991.

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