Passos na Floresta

13 e 14 de setembro, 2024

Teatro Garcia de Resende

Évora

Teatro da Garagem

Maiores de 14

80 minutos

Embrenhar-se na Floresta, na fixação cénica de uma alusão simbólica e evocativa, é o princípio desta pesquisa/ criação: da caminhada, do desejo, da esperança, do amor, do desespero, da redenção, da alegria. A Floresta também se configura como destino derradeiro quando, por exemplo, invade as ruínas das cidades. A Floresta vive e expande-se nos recessos da humanidade. A Floresta não protesta, adapta-se. A Floresta habita-nos sem que necessariamente tomemos consciência dessa simbiose, do mútuo habitar que agride as árvores e condiciona, cada vez mais, a vida humana. Há também a formidável capacidade das árvores , da vegetação em geral, para encontrar mecanismos de adaptação e sobrevivência.
Quando entramos na Floresta, quando damos Passos, assemelha-se a uma iniciação , a uma etapa venturosa, de compreensão. Os Passos na Floresta são o início de uma passagem sem um destino evidente. Podemos alvitrar que do destino da Floresta não faz necessariamente parte o destino humano. E, todavia, é lá, no âmago da Floresta, após caminhadas persistentes, após a demanda esforçada, após a perdição, que encontramos o Hotel dos Mortos.

Mortos são aqueles que viveram e que perduram no espírito dos vivos.

Os hóspedes do Hotel dos Mortos, os Mortos, retomam no Hotel, as vidas que viveram : o que foram, momentos-chave determinantes, ecos da sua azáfama, do seu  entusiasmo, da sua alegria. Os Mortos falam, amáveis, generosos e sem pressa. Têm tempo.
Neste laboratório-espetáculo uma jovem, nos seus 20 anos, Maybe Tenderness, sofre um desgosto; uma morte violenta da qual não consegue recuperar. Refugia-se nos animais, só se sente bem com eles; teme as pessoas, a sua brusquidão e inconstância. Maybe Tenderness ouve um dia falar de “cães radioativos” que habitam na Floresta. Estranha a notícia; não acredita. Contudo algo a impele a embrenhar-se na Floresta, tentando perceber do que se trata.
Nesse périplo encontra uma cadela radioativa, que fala, como nas fábulas , Ozymandias. Ozymandias descreve-lhe o Hotel dos Mortos.
Na segunda parte do périplo, Maybe Tenderness, chega ao Hotel dos Mortos. Aí tem a oportunidade de conhecer personagens/versos, lances poéticos com um conteúdo figurativo, personificado : Veríssimo, aquele a quem a verdade nunca doeu; Dolorosa, a ingrata, que não sabe responder; Évoramonte lembrando a sua amada diante de um copo de whiskey; o Rei Gonçalo e a sua valsa trémula; Nogueira, o velho, a desfazer-se das lamelas dos comprimidos e a adormecer na sombra de uma tamargueira; Fernanda a mãe sorridente que explica álgebra ; Luzia a amante carinhosa que dobra lençóis.

 

 

 

Teatro Garcia de Resende

13 e 14 de setembro, 2024.
21h30

 


A parceria de acolhimento com o CENDREV incluí a delegação de espaços para montagens, ensaios e apresentação. Disponibilização de equipamento e de pessoal técnico, serviços de frente de casa e bilheteira do TGR, bem como apoio na divulgação e comunicação do evento.

O evento é integrado na programação no âmbito da RTCP – Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.


Informações: (+351) 266 703 112 / Contactos
Compra de bilhetes: www.bol.pt

 

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